domingo, 19 de fevereiro de 2012

Chega de ser enganado, manipulado e dominado....

Chega de ser enganado, manipulado e dominado. Vejam quais são as técnicas de manipulação através da mídia, verificadas pelo Sociólogo Noam Chomsky, às quais estamos todos submissos. Gente, isso é muito importante de se saber! As 10 estratégias de manipulação midiática 1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”). 2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos. 3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez. 4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento. 5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”. 6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos… 7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”). 8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. 9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução! 10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos. FONTE:Civilização solar

Facebook: como lucrar com uma máquina de espionagem

Escrito por Rodrigo de Oliveira Andrade


Na última semana, o Facebook oficializou sua intenção de ir a público ao entregar à Comissão de Valores Imobiliários (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos seu pedido para oferta pública inicial. De acordo com texto publicado pela NewScientist, a expectativa é que a empresa de Mark Zuckerberg fature, a curto prazo, a bagatela de US$ 5 bilhões. No entanto, calcula-se que quando o processo tiver sido concluído o Facebook valha até US$ 100 bilhões (R$ 172 bilhões).
Junto ao pedido também foi enviado um documento (disponível aqui), o qual me chamou a atenção por divulgar algumas das marcas alcançadas pela rede social nos últimos anos, a saber: o Facebook possuía até dezembro do ano passado 845 milhões de usuários, sendo que 483 milhões, isto é, mais da metade, o acessavam todos os dias, gerando, com isso, 2,7 bilhões de “likes” e comentários – provavelmente sobre as cerca de 250 milhões de fotos que, diariamente, são enviadas ao site de relacionamento.
Segundo o jornalista Jacob Aron, tais números (e outros também) fizeram com que o Facebook tivesse lucro de US$ 1 bilhão em 2011 e uma receita de US$ 3,7 bilhões, tornando-se, assim, mais rentável que o Google quando, em 2004, foi a público com sua oferta pública inicial (Initial Public Offering). Agora, mais importante do que discutir o futuro da rede social é discutir o que faz do Facebook algo tão valioso e rentável a ponto de permitir que seu fundador receba um salário de quase US$ 500 mil, como atesta texto publicado esta semana pelo Observatório da Imprensa.
Em entrevista ao Russia Today em maio de 2011, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, já afirmava ser o Facebook a “mais espantosa máquina de espionagem já inventada”. Isso porque, para Assange, as redes sociais são capazes de fornecer aos serviços de inteligência estadunidenses amplas bases de dados sobre os cidadãos que delas fazem uso, o que inclui suas relações, nomes de seus contatos, seus endereços etc. Os protestos que assolaram as ruas da Inglaterra, principalmente as do bairro de Tottenham, no ano passado ilustram bem tal afirmação, visto que a polícia local (Scotland Yard) utilizou-se de páginas como as do Twitter, Facebook e Youtube para localizar possíveis “perturbadores da ordem pública” (o vídeo com a entrevista de Assange encontra-se disponível aqui).
Para além da Teoria da Conspiração, contudo, o fato é que o negócio do Facebook é a venda de espaços publicitários. Para se ter uma idéia, de acordo com Lori Andrews, em texto publicado pelo jornal The New York Times, apenas em 2011, o site de relacionamento arrecadou US$ 3,2 bilhões com anúncios publicitários, ou seja, 85% de sua receita total. O curioso, porém, é que cada anúncio postado pelo Facebook é direcionado aos usuários de acordo as informações que os próprios fornecem ao site.
Em outras palavras, significa dizer que, ao mudar seu status de relacionamento, compartilhar um link de um filme ou de uma peça teatral, comentar a foto de um amigo ou “curtir” um comentário qualquer, você está fornecendo ao Facebook informações que definem seus gostos e preferências. A partir daí, afirma Andrews, “os anunciantes escolhem palavras-chave ou detalhes – como o status de relações, a localidade, as atividades, os livros preferidos e o emprego – e o Facebook publica os anúncios, dirigindo-os ao subconjunto de seus milhares de usuários”.
Logo, quem utiliza as redes sociais, além de trabalhar de graça para as agências de inteligência dos Estados Unidos, como podemos concluir com base nas declarações de Assange, está contribuindo para que seu tempo e trabalho, gastos lendo, publicando, comentando e compartilhando conteúdos, se materializem no valor de mercado da empresa, no caso o Facebook. De acordo com Rafael Evangelista, doutor em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), essa é uma característica de um fenômeno chamado Web 2.0. Afinal, indaga o pesquisador, será que interagir e colaborar em espaços proprietários não significa trabalhar sem ser pago?
Segundo Evangelista, o termo Web 2.0 engloba o que seria a segunda geração da internet, a qual possui uma gama de serviços que promovem as comunidades virtuais, a interatividade e o conteúdo construído pelo grande público. Entretanto, a questão apresentada pelo pesquisador é que esses sites, construídos coletivamente, ganharam um alto valor de mercado e hoje são objeto de negociação em bolsas de valores.
O Facebook é constituído, majoritariamente, pelo compartilhamento de informações. Esse é seu único e principal atrativo. O problema nesse caso é que a rede social não detém os direitos autorais acerca desses conteúdos, os quais, na maioria dos casos, resumem-se a imagens, vídeos e links externos. Estes, por sua vez, são lidos, debatidos e, novamente, compartilhados por todos no site. Mesmo os fóruns de discussões são construídos a partir das reflexões dos usuários. Impossível, assim, não relacionar tal fenômeno ao conceito de mais-valia, adaptado, aqui, por Evangelista para Mais-Valia 2.0.
Desenvolvida por Karl Marx, o conceito de mais-valia, grosso modo, representa a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador. Trata-se do excedente produzido pelo trabalhador referente ao necessário para que ele mantenha seus meios de subsistência.
Pois ao possibilitar que seus usuários compartilhem conteúdos produzidos por terceiros, obtendo de quebra informações valiosas sobre seus gostos – os quais possibilitam ao site mapear seus interesses e, com isso, criar mecanismos, ancorados em banco de dados, que permitem aperfeiçoar o direcionamento das mensagens publicitárias, fazendo com que o site arrecade valores com anúncios publicitários superiores aos divulgados –, o Facebook está gerando lucro tendo como matéria-prima o tempo e o talento intelectual de seus usuários, afirma Evangelista. Neste contexto, a Mais-Valia 2.0 configura-se, portanto, a partir da não divisão dos lucros do Facebook com seus reais funcionários.
O acesso gratuito à rede social, condição que por vezes acaba por atrair mais usuários, pode ser considerada, pois, uma ilusão, visto que quem usa o Facebook não tem acesso 100% livre ao site, no sentido de poder acessar seus códigos e até mesmo modificá-lo, característica esta corriqueira no dia-a-dia de usuários de softwares livres. Pelo contrário, a maioria das modificações feitas por Zuckerberg até hoje foram impostas, algumas delas, inclusive, esbarram em questões delicadas, tais como até que ponto a privacidade dos usuários pode ser violada pela rede social. O acesso gratuito ao Facebook poderia ser comparado, então, ao valor da força de trabalho, isto é, ao valor dos meios de subsistência indispensáveis à reprodução da classe trabalhadora – leia-se aqui usuários. Essa seria a única compensação aos milhares de usuários do Facebook por alimentarem, diariamente, o site.
Em suma, tudo indica, no entanto, que Mark Zuckerberg se tornará a nona pessoa mais rica do mundo ainda este ano.

Rodrigo Oliveira Andrade é jornalista.



FONTE: www.correiodacidadania.com.br