quarta-feira, 22 de julho de 2009

Os seis meses de Obama e a reflexão de Amin Maalauf


(Por Miguel Urbano Rodrigues)
Na Conferência que pronunciou em Lisboa o escritor Amin Maalouf fez uma apologia apaixonada do actual Presidente dos EUA. «Essa pessoa – afirmou – também nos representa». Numa entrevista ao Público expressou a convicção de que o futuro da humanidade, quase a sua sobrevivência, depende do êxito da estratégia de Barak Obama. O eventual fracasso do presidente, na sua opinião, «seria uma tragédia para a América, para o Ocidente e para o Mundo».
É antiquíssima a tendência em tempos de grandes crises para o estabelecimento de uma ponte entre a sua superação e o aparecimento de um salvador providencial.
Admiro Amin Maalouf. Terei sido o primeiro português a escrever sobre o seu belo e comovente livro «As Cruzadas vistas pelos Árabes». Essa antiga admiração pelo escritor humanista justifica a minha surpresa ao tomar conhecimento da sua adesão à perigosa tese dos «salvadores».
Nos milénios transcorridos desde a criação da escrita fonética, alguns homens, apresentando-se como reformadores do mundo, exerceram uma influência decisiva para alterar, recorrendo às armas, o rumo da História. Quase sempre para sofrimento dos seus contemporâneos.
Cito, entre outros, Alexandre, César, Gengis Khan, Napoleão e Hitler.
Desconhecer o peso do factor subjectivo na História seria negar uma evidência. Mas basta acompanhar no seu percurso sinuoso a lenta marcha do grande rio da História para se compreender que as grandes transformações que contribuíram para o progresso da humanidade não resultaram da intervenção de salvadores providenciais.
Nem sempre isso foi temporalmente perceptível, mas o sujeito das viragens decisivas foram sempre os povos. O motor dessas mudanças geradoras de avanços civilizacionais não foi este ou aquele indivíduo, mas rupturas, muitas vezes súbitas, provocadas pela intervenção torrencial de massas populares que provocaram a destruição da ordem social preexistente. Isso aconteceu com a Revolução Francesa de 1789 e com as Revoluções Russas de 1917. Sem a teoria, essas revoluções não se teriam produzido, mas o sujeito que tornou possível a mudança – repito – foi nelas o povo, ou mais exactamente uma parcela minoritária da sociedade que actuou em nome do colectivo, traduzindo-lhe aspirações profundas.
A esperança messiânica no aparecimento de um salvador preparado para enfrentar vitoriosamente um presente sombrio e abrir as alamedas de um futuro de paz e prosperidade pode assumir contornos românticos e seduzir muita gente honesta, mas nas suas origens é identificável um pensamento incompatível com o progresso. A História oferece-nos muitos exemplos de salvadores cujo objectivo inconfessado era a defesa da ordem social em desagregação, responsável pela crise.
A MITIFICAÇAO DE OBAMA
A grande crise de civilização que vivemos, inseparável da crise estrutural do sistema capitalista, gerou frustrações e angustias que desembocaram na convicção irracional de que a humanidade, uma vez mais, precisa de um salvador.
Seria incorrecto afirmar que assistimos a uma repetição quase mecânica de situações já vividas.
O mundo era pequeno quando na Palestina surgiu um profeta judeu, Jesus. Crucificado pelos seus contemporâneos, os discípulos projectaram dele a imagem do messias redentor e a sua mensagem, muito alterada, deu origem a uma grande religião.
Outros salvadores, profetas e guerreiros, todos diferentes, houveram, antes e depois, que deixaram memoria como depositários da esperança. Mas nenhum, pelos actos ou pela herança, resolveu magicamente os males cuja denúncia o transformou em pólo da esperada mudança.
O mundo cresceu desmesuradamente. E a dimensão de uma nova e gravíssima crise facilita a compreensão do renascer da fome de um salvador.
Nos EUA puseram-lhe nome: Barack Obama. E na época da informação instantânea, uma campanha de dimensão planetária, desencadeada com o apoio entusiástico dos grandes da União Europeia, co-responsáveis pela crise, difunde um discurso cuja conclusão encontramos na mensagem de Amin Maalouf: uma tragédia espera a humanidade se Obama não a salvar.
A campanha, insidiosa, massacrante, é uma ofensa à inteligência. Mas catapultada por governantes, políticos, banqueiros, militares, escritores, jornalistas, chega aos lugares mais remotos da Terra e impressiona milhões de pessoas em todas as camadas sociais.
O efeito é tão perigoso que a necessidade de lutar contra a mitificação do presidente dos EUA se torna um dever imperioso para as forças progressistas.
Não estou em condições de formar um opinião fundamentada sobre o carácter do cidadão Barack Obama.
A sua inteligência e talento são transparentes. Uma oratória inabitual contribuiu decisivamente para a superação dos obstáculos, na aparência insuperáveis, que encontrou na longa e paciente caminhada que o conduziu à Casa Branca. É também inegável que o apoio do grande capital pesou muitíssimo na escolha que o establishment fez quando Hillary Clinton emergia como favorita. Mas não teria sido eleito se muitas dezenas de milhões de compatriotas seus não confiassem nas suas promessas de mudança. Obama convenceu esses eleitores de que introduziria transformações radicais na sociedade norte-americana e nas relações do seu país com o mundo exterior.
Transcorridos seis meses da sua entrada na Casa Branca, o balanço da Presidência não justifica, antes desmente, o optimismo que a envolve, trombeteado pelos cultores da obamomania.
O que fez e não fez em seis meses não corresponde ao compromisso, desrespeita-o.
No tocante à política interna, a promessa de enfrentar a engrenagem de Washington, por ele fustigada quando candidato, não foi cumprida. O Presidente optou por uma estratégia que privilegia a finança como alavanca de superação da crise, atribuindo papel subalterno a uma politica económica baseada na produção e no emprego. O seu secretário do Tesouro, Thimothy Geithner, é um tecnocrata de Wall Street, empenhado em acudir aos grandes bancos e a empresas gigantes ameaçadas de falência pelas suas praticas fraudulentas. Mecanismos que contribuíram decisivamente para a crise voltam a ser introduzidos no sistema pelos senhores da finança.
Essa política de namoro com o grande capital é tão ostensiva que tem sido criticada no próprio coração do sistema, inclusive por Prémios Nobel da Economia que apoiaram a candidatura do Presidente.
Obama manteve tribunais militares cuja inconstitucionalidade tinha denunciado e adiou para data imprevisível o encerramento do presídio de Guantanamo. Nas frentes da Educação, da Saúde e da Previdência Social, e no campo da política de imigração, o seu governo não tomou também ate hoje iniciativas que respondam às promessas feitas.
O endividamento externo continua a ser a base em que assenta a hegemonia económica mundial do país. Dai uma vulnerabilidade alarmante. Dois países, a China e o Japão possuem mais de dois biliões de dólares em títulos do Tesouro americano e em reservas. Se abandonassem o dólar, todo o sistema capitalista ruiria, arrastando aliás ambos.
PALESTINA, AFRICA, EUROPA E HONDURAS
No terreno internacional a politica de Obama distancia-se também dos compromissos da campanha.
O discurso é outro, mas no fundamental o Presidente mantêm fidelidade ao projecto de dominação mundial dos EUA como nação predestinada a salvar a humanidade dos perigos que a ameaçam.
Admito que Obama está persuadido de que lhe cabe desempenhar uma missão providencial. Não é um político reaccionário, beócio e enfeudado a grandes grupos financeiros.
Mas o seu desejo de não abdicar de um comportamento ético, tal como o concebe, esbarrou desde a entrada na Casa Branca com engrenagens cujo poder tinha subestimado.
Não se pode esquecer que as suas ideias liberais – na acepção americana da palavra – são inseparáveis da convicção de que o sistema capitalista precisa de grandes reformas, mas deve ser preservado custe o que custar.
Em poucos meses concluiu que o seu projecto de reformas teria de ser reformulado, no plano interno e no externo, ajustando-se a uma relação de forças muito complexa. E, de cedência em cedência, a sua politica adquiriu contornos cada vez mais aceitáveis pelo establishment.
A insuficiência do seu conhecimento da História terá pesado muito na adopção de orientações para a política exterior que pouco diferem das anteriores, inspiradas pelo sonho imperial.
O chamado discurso histórico do Cairo é uma peça que, despojada da retórica, confirma a aliança dos EUA com Israel. Obama insiste nos dois Estados para a Palestina, mas quando o governo de Telavive intensificou a construção de milhares de edifícios em colonatos na Cisjordania reagiu timidamente. Por si só a sua afirmação sobre uma «Jerusalém una e indivisível» ilumina a tendência para a capitulação perante o sionismo arrogante e expansionista.
O discurso dirigido de Ghana à Africa foi outro exercício de retórica. O que dele fica de substancial é a defesa da criação de uma força transnacional para defesa da «democracia» no Continente. Traduzidas em linguagem comum, essas palavras anunciam um reforço de intervenções armadas do imperialismo como «solução» para as crises africanas.
O Presidente expressou a sua grande preocupação com as situações criadas no Darfur (cujas reservas prováveis de petróleo são enormes) e na Somália, mas não proferiu ali um palavra sobre os acontecimentos nas Honduras.
Esse silêncio foi atribuído pela própria imprensa dos EUA à contraditória posição assumida perante o golpe de Estado hondurenho. Obama criticou o gorilazo, não reconheceu o governo fantoche de Micheletti e apoiou a resolução da OEA que exige o regresso de Manuel Zelaya, o presidente legítimo. Mas os EUA não retiraram de Tegucigalpa o seu embaixador, um cubano de Miami que mantém íntimas relações com os golpistas. Indiscrições de militares e de ministros nomeados por Micheletti confirmaram que na embaixada se realizaram reuniões preparatórias do golpe. Para agravar essa rede de cumplicidades, o comando da Força Aérea hondurenha está instalado na base militar norte-americana de Palmerola, a umas dezenas de quilómetros da capital. Foi, aliás, de Hillary Clinton que partiu a ideia da mediação do costaricense Oscar Arias, iniciativa que permite aos golpistas ganhar tempo.
É transparente que a ambiguidade da posição dos EUA perante a crise hondurenha reflecte o seu temor de que a reinstalação na Presidência de Manuel Zelaya fortaleça o bloco de países da ALBA, liderado por Hugo Chavez.
Na União Europeia, onde os governantes continuam a derramar elogios sobre Obama, o presidente utilizou na reunião do G-8 uma linguagem barroca para disfarçar o fundamental do recado transmitido: os EUA não abdicam da tarefa de dirigir o mundo, que se auto atribuíram, nem aceitarão qualquer projecto que retire ao dólar o papel de moeda universal.
Os encontros com Medvedev e Putin deixaram as coisas no pé em que estavam. A troca de sorrisos e de palavras amáveis não pôde disfarçar a desconfiança mútua entre Washington e Moscovo. Uma certeza: a OTAN não desiste da sua intenção de avançar para leste e os EUA não revelam disponibilidade para retirar das fronteiras russas o chamado escudo anti-mísseis.
IRAQUE E AFEGANISTAO-PAQUISTAO
É no Médio Oriente e na Ásia Central que as opções da política internacional de Obama suscitam maior preocupação a nível mundial. Em vez de contribuírem para a paz, disseminam a violência e prolongam e ampliam guerras criminosas herdadas da Administração Bush.
Relativamente ao Irão, os apelos do Presidente a um diálogo franco não encontraram ate agora expressão pratica. Pelo contrario. As exigências sobre a questão nuclear, com contornos de ultimato, persistem, acompanhadas da ameaça de novas sanções.
Simultaneamente, o envolvimento dos serviços de inteligência norte-americanos nas manifestações de rua de Teerão posteriores às eleições tem sido repetidamente confirmado por fontes credíveis, inclusive estadunidenses.
A hipótese de uma agressão militar ao Irão parece, contudo, excluída na actual conjuntura. A Casa Branca terá chegado à conclusão, com o apoio do Pentágono, de que no momento em que os EUA se encontram atolados em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, não existem condições políticas e militares para uma escalada na Região que atingiria o Irão.
No Iraque o esforço da máquina mediática para apresentar o país como «pacificado», o que teria permitido a retirada das cidades do exército norte-americano, é desmentido no dia a dia pela realidade.
A violência no mes de Junho e na primeira quinzena de Julho atingiu ali um nível que não se registava há muito. A resistência à ocupação estrangeira aumenta a cada semana e o governo instalado por Washington está desacreditado.
Impressionado pelos relatórios do general Petraeus, Obama cometeu um erro que pode ser fatal para a imagem da sua Administração. Não se limitou a transferir tropas do Iraque para o Afeganistão; decidiu enviar para aquele país mais 21 000 soldados.
Ao erigir o binómio Afeganistão-Paquistão em primeira prioridade da sua politica exterior não parece consciente de que é arrastado por ilusões que, num contexto diferente, desembocaram há meio século na humilhante derrota do Vietname.
A actual ofensiva na Província do Helmand, em que participam milhares de marines, está a correr muito mal e o número de mortos britânicos suscita já protestos no Reino Unido.
O comandante no terreno é um militar americano cujo currículo contribui para aumentar as apreensões. O general Stanley Chrystal tem sido definido pelo seu passado como um criminoso de guerra.
Petraeus fala numa «nova atmosfera» que permita a conquista das populações. Mas ate agora o que se regista é um crescendo do ódio inspirado pelos invasores. Correspondentes europeus, entre os quais jornalistas de El Pais, insuspeitos de simpatia pela resistência, afirmam que não existe contacto algum da tropa com os moradores das aldeias, que fogem dos soldados americanos e ingleses como o diabo da cruz.
O medo de que o radicalismo islâmico alastre pelo Paquistão está na origem da ambiciosa estratégia bipolar em que Obama deposita tanta confiança. Mas os bombardeamentos das tribos do noroeste paquistanês, que já causaram a morte de centenas de camponeses, gera a indignação da minoria pachtun, a segunda do pais, ou seja mais de vinte milhões de pessoas da mesma etnia dos afegãos pachtunes, separados destes por uma fronteira artificial imposta em 1893 pelo império britânico.
O cepticismo dos próprios media norte-americanos quanto ao desfecho da estratégia de Obama para a Região é já inocultável. Alguns são tão pessimistas, que, prevendo uma derrota de consequências catastróficas, definem a guerra no Afeganistão como «o novo Vietname».
Tudo leva a crer que a evolução da estratégia asiática do Presidente dos EUA pesará muito na sua imagem.
O Barack Obama aclamado como salvador providencial da humanidade por intelectuais como Amin Maalouf corre o risco, se as coisas correrem mal na Ásia, sobretudo nas montanhas e vales do Afeganistão, de surgir como o coveiro involuntário do sonho imperial dos EUA.
Vila Nova de Gaia, 14 de Julho de 2009
Fonte:www.anncol-brasil.blogspot.com
Miguel Urbano Rodrigues é Jornalista e Comunista português

Justiça sequestra 27 fazendas e 450 mil bois de Dantas


A Justiça Federal determinou nesta terça-feira (21) o sequestro de pelo menos 27 fazendas do grupo Opportunity listadas pela Polícia Federal com base em investigações realizadas em todo o Brasil. O tentáculo fundiário do banqueiro Daniel Dantas inclui 453 mil bois. Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa de Dantas lava dinheiro através de fazendas, gado e outros negócios agropecuários.
Daniel Dantas e sua irmã Veronica têm participação ativa nas fazendas, segundo a PF. O responsável pela gestão, segundo a Polícia Federal, é Carlos Bernardo Rodenburg, ex-marido de Verônica e ex-diretor do Opportunity. A investigação sobre crimes financeiros descobriu listas de propriedes rurais, mapas de controles de gado e muitos gastos no campo .
Maior rebanho do mundo
O grupo Opportunity começou a investir maciçamente em terras e gado a partir de 2005. Seu tentáculo fundiário, a Agropecuária Santa Bárbara, é capaz de arrematar sozinha 10 mil cabeças de gado, mais de um terço do total orfertado num mega leilão em Cuiabá. O rebanho do Opportunity, de 450 mil cabeças, sobretudo de gado nelore, é tido como o maior do mundo.
A investigação aponta pelo menos 27 fazendas de gado: 23 delas ficam no sul do Pará, duas no norte de Mato Grosso, as de Minas Gerais (Uberaba) e São Paulo (Santo Antonio da Posse, região de Campinas) servem para produzir matrizes (veja o mapa). As propriedades somam 510 mil hectares. Desde a deflagração da Operação Satiagraha pela PF, um ano atrás, algumas delas foram ocupadas por movimentos de trabalhadores sem-terra.
Habeas corpus livraram banqueiro
O sequestro das propriedades rurais do Opportunity foi determinado pelo juiz federal Fausto Martin De Sanctis, o mesmo que condenou Dantas em julho de 2008 e determinou sua prisão. O banqueiro escapou das grades graças a dois habeas corpus consecutidos, concedidos com fulminante rapidez pelo presidente do STF (Supremo Tribunal federal), ministro Gilmar Mendes.
A Polícia Federal afirma que o Opportunity já investiu mais de R$ 700 milhões em agropecuária, sendo Daniel Dantas responsável por mais de 20% deste valor: R$ 140 milhões. Segu8ndo a PF, os negócios com terras e gado servem para lavar dinheiro de operações ilícitas.
A Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, tentáculo do banqueiro no sul do Pará, também está sendo processada pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF/PA) por desmatamento ilegal de 51 mil hectares da Floresta Amazônica para a criação de gado bovino. As propriedades paraenses do Opportunity também contabilizam um histórico de casos de trabalho escravo e disputas fundiárias.
Da redação, com agências

quinta-feira, 2 de julho de 2009

8/8/2008 - Carta ao congresso, pela revalidação do diploma dos estudantes Brasileiros de medicina em Cuba

“Trincheiras de idéias valem mais que trincheiras de pedras”

Justificar

José Martí.

Distintos senhoras e senhores do congresso pela revalidação do diploma dos estudantes de medicina em cuba, por meio desta carta aos distintos senhores pretendemos expressar a situação real dos estudantes de medicina em cuba, residentes em sua maioria na ELAM (Escola Latino Americana de Medicina) instituição de excelência reconhecida por todo a comunidade científica mundial.
Cuba, reconhecidamente, tem hoje uma das melhores medicinas do planeta, com índices muitas vezes superiores aos de países de primeiro mundo, porém, em um grande exemplo de solidariedade e humanismo, poucas vezes antes visto na história, Cuba forma não só estudantes de medicina cubanos, mas também filhos e filhas dos povos de toda a América, em seu principal projeto a ELAM (Escola Latino Americana de Medicina).
A idéia de criar a escola latino americana de medicina surge no final de 1998 como forma de mostrar a solidariedade do povo cubano com os povos irmãos, especialmente da América Latina, ante os desastres causados pelos furacões Mitch e George na América central, surgiu então a idéia por parte do comandante em chefe da revolução Fidel Castro de construir um projeto integral para a região da qual esta instituição forma parte, dez anos depois a ELAM já tem duas turmas graduadas, mais de quatro mil estudantes de 23 países da América, incluindo estudantes norte americanos demonstrando a enorme diferença da posição norte americana de ataque infâmia e calunias e a solidaria posição cubana, a Escola Latino Americana de Medicina conta hoje com mais de quatro mil alunos, se situa na capital de Cuba, Havana, conta com os melhores professores, residência estudantil, os alunos não pagam absolutamente nada para estudar, ganham livros e material escolar, alem de itens Básicos para viver, conta também com laboratórios de química, Física, Anatomia, Fisiologia, histologia, biologia, conta com teatros, quadras poliesportivas, campo de futebol, campo de beisebol, pistas de corrida, aulas de caratê, de artes, canto, entre outras atividades, amplos refeitórios, e boas acomodações. Tendo um dos diplomas de medicina mais bem reconhecidos do mundo, a oportunidade dada hoje por Cuba a esses quatro mil jovens de países subdesenvolvidos de se graduar em medicina em uma das melhores instituições da mundo, constitui um beneficio a toda a América, É notório também o incrível esforço feito por Cuba em manter uma instituição de tamanha excelência, sem nada cobrar, visto que Cuba passa a mais de quarenta anos por um bloqueio econômico feito por parte dos EUA, bloqueio que causa danos e dificuldades imensas a Cuba principalmente ao povo Cubano, é nessa conjuntura que a ELAM forma médicos com consciência, forma médicos de alma não só de diploma, médicos no verdadeiro sentido do juramento de Hipócrates, médicos que tem a consciência de que não se pode falar seriamente de melhora na saúde publica nos seus países e no continente enquanto houver fome, miséria, desalento e opressão, porque fome e miséria também são problemas de saúde publica, médicos com uma consciência nova, de homens e mulheres novos, até quando se vai curar crianças desnutridas, doenças causadas por falta de saneamento, causadas por descaso publico, não, é preciso ter a consciência de que é necessário acabar com a fome e com a miséria, e Cuba hoje da a oportunidade de jovens pobres do mundo, cortadores de cana, indígenas, pessoas que não teriam a condição de fazer medicina em seus países, de se formar médicos, de voltar a seus países e trabalhar para seu povo, mexicanos, peruanos, brasileiros, argentinos, estadunidenses, belizenhos, guatemaltecos, e outros tantos povos de nossa America, porque acima de tudo somos latino americanos, um verdadeiro exercito de médicos prontos para ajudar, um exercito de batas brancas por nossa América, nós estudantes brasileiros de medicina em cuba fazemos desta carta hoje um grito e um apelo as autoridades brasileiras para que não façam da saúde de nosso povo um jogo político, em um país com tantos problemas como nosso tão amado Brasil, que se escute hoje que a ajuda dada por cuba é uma ajuda não só ao Brasil mais a toda a humanidade, que esse grito e apelo hoje chegue ao Brasil com a mesma força que hoje fazemos para nos graduar médicos, para que um dia possamos salvar vidas em nossa pátria, aqui fica nossa mensagem aos distintos senhores e senhoras do congresso, nossa mensagem as autoridades brasileiras, e nossa mensagem a todo o povo brasileiro, nós estudantes brasileiros de medicina em cuba seguimos lutando pelo fim do bloqueio imperialista a cuba e pela validação do nosso diploma, a fim de que um dia possamos trabalhar para nosso povo, para fazer valer a função de um médico em nossa terra, função que ninguém tem o direito de proibir, a inelutável e imprescindível função de salvar vidas.

“Um médico que só de medicina sabe, nem de medicina sabe”
Dr. Ernesto Guevara “Che”

Pelo fim do bloqueio imperialista a Cuba!
Pela Validação do diploma dos estudantes brasileiros de medicina em cuba!

ASS:
Marcus Vinicius Barros de Carvalho. ( RJ )
Michel Mendes Damasceno. ( RJ )
Valmor Rodrigues de Pontes Junior. (SP)
Manoel Carlos Pereira Neto. ( BA )
Stênio Camilo Gomes Machado. ( BA )
Willian Bruno Pereira. ( MG )
Saulo Gruginskie. ( RS )
Daniel Dias. ( SP )

Fonte: www.blog-br.com

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Comunicado urgente desde a clandestinidade


Quarta-feira, 1 de Julho de 2009
Honduras: O Gabinete do Governo do Presidente Zelaya se dirige ao povo hondurenho e à Comunidade Internacional.O Gabinete do Governo de Honduras na resistência,Considerando: Que o domingo 28 de junho, nas primeiras horas da manhã, o Presidente Constitucional da República, José Manuel Zelaya Rosales, foi seqüestrado por um grupo de militares e trasladado para Costa Rica, desde onde ele mesmo denunciou em coletiva de imprensa em nível internacional, o golpe de Estado por parte das Forças Armadas e o Congresso Nacional.Considerando:Que o Congresso Nacional da República, fez aparecer uma renuncia com uma assinatura falsificada, desmentida pelo próprio Presidente Zelaya e seu Gabinete.Considerando:Que, com argumentos fora da realidade, procederam a aceitar a suposta renuncia do Presidente e de seu Gabinete de Governo, para depois nomear de forma ilegal e inconstitucional a Roberto Micheletti Bain, que prestou juramento como Presidente de Fato.Considerando:Que a família do Presidente José Manuel Selaya Rosales e os membros de seu Gabinete estão sendo perseguidos, sem o goze de nenhuma garantia legal.Considerando:Que o Presidente de fato e seu ilegítimo governo junto a deputados e grupos militares têm decretado o toque de recolher das 21:00 horas às 06:00 da manhã, violentando direitos garantidos pela nossa Carta Magna.Considerando:A impossibilidade que tem nestes momentos o povo hondurenho de receber informação objetiva e o fechamento de meios de comunicação independentes, em outro flagrante e consumado atentado à liberdade de expressão.Considerando:Que todos os países membros da Comunidade Internacional, incluída a União Européia, a OEA, os países do Cone Sul, os membros da ALBA, o Sistema de Integração Centro Americana (SICA) e a ONU, condenam o golpe de Estado militar, desconhecendo totalmente o Governo usurpador e ilegal e que exigem a restituição imediata e incondicional do único Presidente Constitucional da República, José Manuel Zelaya Rosales.OS MEMBROS DO GABINETE DO GOVERNO DO PRESIDENTE ZELAYA AO POVO E À COMUNIDADE INTERNACIONAL DECLARAM:1. Que o único Governo legalmente constituído e eleito pelo povo é o do cidadão José Manuel Zelaya Rosales.2. Que estamos organizados, junto a membros da sociedade civil, operários e trabalhadores, partidos políticos e sociedade em geral em uma resistência pacífica, desconhecendo a instalação do Governo e Presidente de Fato que pretende dar um golpe sujo à democracia de nosso país.3. Que o povo hondurenho tem reagido valente e pacificamente, contra esse golpe à democracia.4. Que reiteramos que estamos em pé junto ao nosso Presidente, atentos para defender a democracia e estamos certos de que graças ao contundente apoio do nobre povo hondurenho e da Comunidade Internacional restabeleceremos o Estado de Direito e reinstalar-se-á á o Governo de José Manuel Zelaya Rosales, eleito pelo povo, ara que cumpra seu período constitucional e continue sua incansável lavor em favor do povo hondurenho.Conclamamos a todo o povo hondurenho para que continuemos defendendo pacificamente a democracia para que nas próximas horas restabeleçamos a ordem e a paz em nossa amada Honduras.Tegucigalpa MDC 29 de junho de 2009 GABINETE DO GOVERNO DE HONDURAS NA RESISTÊNCIAENRIQUE FLORES LANZA, MINISTRO DE LA PRESIDENCIAEDUARDO ENRIQUE REINA, SECRETARIO PRIVADOREBECA SANTOS, SECRETARIA DE FINANZASFREDIS CERRATO, SECRETARIO DE INDUSTRIA Y COMERCIOCESAR SALGADO, MINISTRO DEL FHISRICCI MONCADA, MINISTRA DE ENERGIAEDWIN ARAQUE, PRESIDENTE BANCO CENTRAL DE HONDURASJACOBO LAGOS, MINISTRO DE STAFF PRESIDENCIALMARCIO SIERRA, VICEMINISTRO DE LA PRESIDENCIABEATRIZ VALLE, MINISTRA DE RREE POR LEYCARLOS ORBIN MONTOYA, MINISTRO ASESORRODOLFO PASTOR FASQUELLE, MINISTRO DE CULTURA, ARTES Y DEPORTESMILTON JIMENEZ PUERTO, PRESIDENTE COMISION NAC. BANCA Y SEGUROS RICARDO ARIAS, VICEMINISTRO DE LA PRESIDENCIAJORGE MENDEZ , GERENTE DE SANAAFRANCISCO FUNES, GERENTE DEL INAMARCO VELASQUEZ, VICEMINISTRO DE TRANSPORTE Y VIVIENDAMARCO TULIO CARTAGENA, SUBGERENTE DEL INAADA SERRANO, DIRECTORA DEL PANIJOSE MEDINA, MINISTRO DE LAS ETNIASANGEL MURILLO SELVA, MINISTRO DE AGRICULTURA Y GANADERIAMAYRA MEJIA, MINISTRA DE TRABAJO Y SEGURIDAD SOCIALMARLON BREVE, MINISTRO DE EDUCACIONMARCO BURGOS, MINISTRO DE COMISIÓN PERMANENTE DE EMERGENCIASKAREN ZELAYA, MINISTRA DE COOPERACIONDORIS GARCIA, MINISTRA DEL INSTITUTO NACIONAL DE LA MUJERJORGE ALBERTO ROSA, GERENTE HONDUTELSUYAPA PRUDOT, MINISTRA DEL INSTITUTO HONDUREÑO PARA LA NIÑEZ Y LA FAMILIA..

Fonte: ANNCOL

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